Beijo pouco
Falo menos ainda
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura
Mais funda e mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo
TE ADORAR.
Intransitivo.
Te adoro te adorar.

[citando, Manuel Bandeira]

Eu sempre fui metade "doida"
metade "santa"....é assim:
quando me sinto livre de mais
volto e viro "santa", me aquieto,
esqueço um pouco os sonhos
e faço tudo "direitinho", mas em compensação
não sinto muito o gosto das coisas, é meio sem graça, sem emoção
apenas a satisfação de ter feito o que era pra fazer.
Pois bem, ai nessas horas eu viro "doida", e sigo meu coração e faço o que me vem na mente, me delicio nos meus singelos prazeres que me fogem da razão,vou atrás dos sonhos que acho que são impossíveis, vou além. Parece mais real ser "doida" que "santa".
[não tenho certeza se esssa é a fórmula, mas sendo "doida" e "santa" é como me equilibro]

Thaís B.

Aquele rapaz não lhe agradava os olhos

Mas lhe fazia carinho na alma

*

E esse carinho esconde o que os olhos julgam

E tudo que vale é o que se sente...

O que vem de dentro do outro é o que nos encanta

[a beleza é mesmo fundamental. A beleza de dentro]

Thaís B.

Já tive vergonha

Das minhas palavras soltas

Desse descompasso

Desse coração

Desse meu perdão

Já fiz um mundo que era só meu

e tudo podia

Mas não teve graça

Não tinha festa

No meu mundo só cabia eu

Não adiantou

pedi pra descer

pro mundo daqui

Ele é mais perigoso

Mais gostoso

Cabe muita gente

Muita mente

e me cabe também

Mas pra viver aqui

eu preciso ser muitas

[só espero não ter deixado a essência no mundo que criei]

Thaís B.

Perdida, pulando de lagoa em lagoa

Teve tempo pra conhecer muitos sapos

Até sapos que já tinham sido príncipes

[beijei meu príncipe e ele virou sapo

Agora vivo a visitar lagoas a sua procura. É divertido]

Thaís B.